Se você é um amante da cerveja artesanal ou até mesmo um admirador que está começando agora a ingressar neste mundo, com certeza não toma nem uma gota de cerveja sem olhar o rótulo. E tá certíssimo! É muito importante compreender o que significa cada uma das informações presentes no rótulo para acertar na escolha que mais se adapta ao seu paladar!

O rótulo tem o poder de informar e hoje nós vamos ajudar você a desmistificar os dados presentes nele!

Informações necessárias no rótulo

Além de motivos comerciais, existem motivos legais pelos quais é obrigatória a rotulação de cerveja. A rotulagem de bebidas é regulamentada pelo Decreto nº 6.871 de 2009, mas também existem outras regras definidas por outras instituições, como a INMETRO, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e a ANVISA. As informações que devem obrigatoriamente constar em um rótulo de cerveja são:

• Nome empresarial do produtor (antiga razão social);
• Endereço do produtor;
• Identificação clara do endereço de fabricação, quando terceirizado;
• Número de registro do produto no MAPA;
• Denominação do produto;
• Ingredientes;
• Teor alcoólico;
• Data de fabricação;
• Data de validade.

Então é importante para você, microprodutor, ter em mãos essas informações sobre a sua cerveja. Afinal, a partir do momento em que você quiser estocar e transportar, ela já deve estar rotuladíssima!

Agora, como estamos falando de cervejas artesanais, outras informações (não obrigatórias) fazem parte de grande parte dos rótulos e capturam os olhares de quem está buscando a bebida na prateleira.

Vamos lá, começando com os básicos – estilo, ABV, IBU e EBC…Vamos destrinchar tudo isso juntos com o auxílio do rótulo da Perro Libre:

Estilo

Existem mais de 100 estilos diferentes de cerveja. Elas são classificadas algumas famílias como as Ales, Lagers, Porters, Stouts e Lambics. Dentro dessas classificações existem dezenas de estilos. As mais consumidas no Brasil são as Lagers, as chamadas cervejas de baixa fermentação. Dentro da família Lager, existem a Malzbier, a Pilsner, a American Lager, e por aí vai.

O rótulo da Perro Libre apresentado anteriormente é uma American Pale Lager, por exemplo.
As Ales, por sua vez, são cervejas de alta fermentação e, por isso, são mais encorpadas. As mais famosas são as queridinhas IPAs, ou as Pale Ales.

ABV (Alcohol By Volume)

É o índice que informa o teor alcoólico da cerveja a cada 100ml. Ou seja, nesta cerveja da Perro Libre que indica “4,5% ABV”, a cada 100ml de cerveja, há 4,5ml de álcool. O ABV é importante não só para saber o quão pra lá de Bagdad você vai ficar, mas também pode influenciar no sabor final. Cervejas com maior teor alcóolico tendem a ter o sabor e o aroma mais atenuados.

IBU (International Bitterness Unit)

IBU é uma escala inglesa que indica o amargor da cerveja e, consequentemente, sua força. Quanto maior a IBU, mais amarga (ou lupulada) é a cerveja.
Há quem diga que os valores variam entre 4 e 70 IBU e que o paladar humano não reconhece o sabor mais acentuado acima disso… Entretanto, existem diversas cervejas descritas com IBUs mais altos e até mesmo IBU 100! Nessa cerveja da Perro Libre, por exemplo, o IBU é 28, o que a torna levemente lupulada.

EBC (European Brewery Convention) e SRM (Standard Reference Method)

São duas escalas para medição da cor das cervejas. A legislação brasileira utiliza a EBC como padrão, como podemos observar no rótulo da Perro.
Pela EBC, uma cerveja é considerada clara quando apresenta um índice de até 20 EBC. Se no rótulo da sua cerveja, o EBC constar maior que 20, você está bebendo uma cerveja escura.

Algumas informações sensoriais também são super interessantes para quem está lendo um rótulo de cerveja.

Análise Sensorial

Em alguns rótulos específicos de cerveja artesanal, as cervejarias indicam como será sua experiência, apontando aroma, paladar, aftertaste e até como cada ingrediente é traduzido em sabores e sensações, como faz a Everbrew.

Outras informações

Outras informações que podem ser encontradas com facilidade nos rótulos de muitas cervejarias são:

• copo ideal;
• temperatura ideal;
• dicas de harmonização;

Algumas informações técnicas, um pouco mais raras, podem ser vistas também! Utilizadas principalmente como divulgação de um diferencial de mercado, detalhes da produção são super interessantes, mas podem ser difíceis de compreender.
Alguns exemplos são:

Dry-hopping, single hop e wet-hopping

Pode parecer difícil, mas não é! O rótulo acima indica que a cerveja dentro da garrafa passou por um procedimento chamado dry-hopping. Isso nada mais é que uma técnica de adição de lúpulo (ingrediente que responsável pelo amargor) na cerveja após o resfriamento, ou seja, na fermentação. A diferença no produto final é que os aromas do lúpulo ficam muito mais evidentes.

Quando apenas uma variedade de lúpulo é adicionada à cerveja, o processo é chamado de single hop. Já quando acontece por meio do uso de lúpulos frescos ao invés de lúpulos secos, a técnica é chamada de wet-hopping.

Puro malte

Quando você vir o selo “100% malte” em um rótulo de cerveja, isso quer dizer que essa cerveja tem 100% dos açúcares derivados do malte da cevada, sem qualquer tipo de ingrediente adjunto, como milho ou arroz. Esse rótulo da Motim, por exemplo, não apresenta o selo 100% malte, porque nos ingredientes constam trigo e centeio, além da cevada.

Por último, mas não menos importante: o design do rótulo.

Antigamente, os rótulos só serviam para mostrar todas essas informações para o cliente final. Hoje em dia, com o mercado da cerveja artesanal crescendo, é necessário se destacar de alguma forma, e a criatividade na hora de planejar o design do rótulo é sempre bem-vinda. Para criar uma identidade visual, você precisa conhecer o seu público. Nesse post (link do post de como vender chope) a gente fala um pouco sobre como fazer isso!

A perda do apelo visual do rótulo é, muitas vezes, uma preocupação de quem trabalha com torneiras de chopp! Para quem trabalha com myTapp, as telas do sistema trazem todas as informações e substituem a garrafa.

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